top of page

TDAH - TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é considerado pelo DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), 5ª. edição (2013), como um Transtorno do Neurodesenvolvimento.

Trata-se de um problema de funcionamento de certas áreas do cérebro que comandam o comportamento inibitório (que freiam determinados comportamentos); a capacidade de executar tarefas de planejamento, a memória de trabalho, determinando que o indivíduo apresente sintomas de desatenção, agitação e impulsividade.

Estudos recentes utilizando neuroimagem estrutural por Ressonância Magnética revelam que algumas estruturas cerebrais como a amigdala cerebral, acúmbens e hipocampo são menores em pessoas com TDAH. Esses estudos que avaliaram pessoas entre 4 e 63 anos, mostram também que, em pessoas adultas, essas alterações são mais leves.

Os sintomas do TDAH surgem no início do período de desenvolvimento da criança, antes mesmo do seu ingresso na escola, persistindo na vida adulta e acarreta prejuízos no funcionamento pessoal, acadêmico e profissional. Existem graus de prejuízo para os portadores: leve, moderado e grave.

O TDAH tem como principais sintomas a Desatenção, a Impulsividade e a Hiperatividade. No diagnóstico podemos identificar os subtipos do TDAH: predominantemente desatento, predominantemente Impulsivo/Hiperativo ou tipo misto. Entretanto, outros sintomas secundários também estão presentes, como a procrastinação, a desorganização, a desmotivação, a baixa autoestima, entre outros.

Pesquisas mostram que o TDAH acomete certa de 5% das crianças e 2,5% dos adultos na maioria das culturas.  É mais comum as meninas apresentarem o subtipo desatento e os meninos o subtipo impulsivo/hiperativo. É preciso enfatizar que o TDAH não desaparece quando a pessoa se torna adulta, mas que devido à plasticidade cerebral, ao encontrar outros mecanismos para controlar sua desatenção e de direcionar sua impulsividade e hiperatividade, a pessoa pode atenuar essas alterações, tornando-as mais leves.

Para haver o diagnóstico é necessário que os sintomas tenham surgido antes dos doze anos e se apresentem tanto na escola quanto em casa.  Geralmente eles se tornam mais visíveis quando a criança ingressa na escola. Essa observação é importante porque os sintomas do TDAH podem estar presentes devido ao stress da vida moderna e não porque a pessoa tem realmente TDAH. O diagnóstico preciso deve ser feito por um psiquiatra, com experiência no assunto.

O primeiro passo para o tratamento do TDAH é uma consulta com um psiquiatra para avaliar se, de fato, a pessoa é portadora do transtorno, bem como o seu grau de gravidade. O médico irá avaliar a necessidade de utilização de medicação e em qual quantidade. Atualmente existem medicações que podem auxiliar bastante no tratamento. Complementado o tratamento medicamentoso, a pessoa deve fazer uma psicoterapia de base cognitivo-comportamental para aprender mais sobre o TDAH e como fazer para controlar os sintomas, melhorando assim sua qualidade de vida como um todo.

É importante identificar os sintomas que podem sugerir o TDAH e procurar ajuda o mais rapidamente possível. Isso vai ajudar aos pais a entender e auxiliar seus filhos a lidarem com o transtorno, minimizando seus prejuízos futuros. Os adultos também, ao identificarem dificuldades nas áreas acadêmica, profissional e pessoal, devem procurar ajuda. Entender o problema e saber o que pode ser feito para amenizá-lo é de grande valia, pois traz conforto e esperança para pessoas que, muitas vezes, passaram uma vida inteira se questionando sobre suas dificuldades e se culpando por algo que estava acima de suas possibilidades alterar, sem a devida ajuda.

Nos próximos artigos, vamos falar especificamente sobre cada um dos subtipos de TDAH para facilitar a compreensão dos comportamentos comuns a cada um deles.

Graça Oliveira – Psicóloga Clínica – Abordagem Cognitivo-Comportamental com ênfase em Terapia do Esquema

bottom of page