TOC - PARTE 3 - TRATAMENTO
“Meu Deus! Como me livrar disso?”
Nos dois artigos anteriores nós vimos as características do TOC e as formas como ele se apresenta. Agora vamos falar um pouco sobre o tratamento. Antes, porém, temos que informá-los de que o TOC é um transtorno crônico que alterna períodos de aumento e diminuição dos sintomas. Quanto mais rapidamente a pessoa descobrir seus sintomas e buscar ajudar, menor poderá ser seu sofrimento.
A informação é sua melhor aliada. Ao perceber comportamentos que indicam características do TOC, busque imediatamente um médico psiquiatra, que é o profissional indicado para lhe dizer se você tem ou não o transtorno obsessivo-compulsivo.
O médico vai ouvir sua história e lhe explicar detalhadamente como funciona uma pessoa com o tipo de TOC que você apresenta. Na maioria dos casos, o tratamento exige medicação para reduzir os sintomas. Lembrando que atualmente existem medicamentos modernos com ótimos resultado custo/benefícios.
Paralelamente à medicação, uma vez que o TOC é um transtorno crônico, é necessário que a pessoa faça uma terapia de base cognitivo-comportamental para mudar sua forma de perceber o mundo a sua volta. Como eu falei no artigo "TOC (parte 2 - Apresentações)", a pessoa desenvolve crenças distorcidas a respeito da realidade que alimentam e intensificam o TOC.
Com a Terapia Cognitivo-comportamental a pessoa primeiramente vai entender a peculiaridade do seu TOC. Depois vai aprender a diferenciar o que são as obsessões, compulsões, rituais mentais, evitações e neutralizações. Vai aprender a identificar e a enfrentar essas crenças distorcidas ou errôneas. Através de técnicas específicas vai aprender a fazer gradativamente o enfrentamento do seu TOC, entendendo que, ao realizar os rituais, a ansiedade baixa imediatamente, mas volta rapidamente também, mantendo o ciclo vicioso da ansiedade e perpetuando o TOC. Com as técnicas você vai aprender a controlar o TOC e a não permitir que ele domine a sua vida.
É muito importante saber que o TOC não tratado vai aumentando cada vez mais e mudando de face, tornando a vida da pessoa insuportável. Ele vai crescendo de uma forma que a pessoa não percebe. Por exemplo, uma pessoa que levava uma hora para tomar um banho, percebe que está levando 8 horas. E de repente, essa pessoa, que antes se preocupava apenas com lavar as mãos e com o banho, começa a não querer viajar para não ter que comer fora de casa ou usar os lençóis ou toalhas dos hotéis. Eu dei o exemplo da limpeza, mas isso acontece em todas as apresentações do TOC. Ele vai crescendo insuportavelmente, escravizando cada vez mais o seu portador.
Se você perceber que tem algum dos sintomas descritos nesses artigos, não demore a buscar ajuda. Existem formas de ajudar você.
Graça Oliveira – Psicóloga Clínica – Abordagem Cognitivo-Comportamental com ênfase em Terapia do Esquema